É muito difícil falar sobre o livro “A Glória do Ministério da Nova Aliança” porque ele é muito completo e profundo. No primeiro momento, você pode ter a impressão de que os tópicos não têm conexão entre si, mas de repente percebe que cada um deles faz parte de um todo, como se o autor estivesse pintando um quadro por partes e no final juntasse cada uma delas,  mostrando a cena completa.

De autoria do  irmão Pedro Dong, o livro tem 112 páginas, seis capítulos e um conteúdo que me deixou sem palavras, pois  a mensagem exposta é de alto nível e peso espiritual! Sem um espírito de oração e comunhão com o Senhor, não há como lê-lo e tocar nas profundezas de seu conteúdo.

Ainda sobre a mensagem apresentada, “O Ministério da Nova Aliança”, de todos os livros que li, de todos os clássicos de autores que foram grandes influenciadores, como Madame Guyon, G. H. Pember, Watchman Nee e etc., nunca vi algo parecido e tão necessário para os filhos de Deus, nessa geração.

A revelação do Ministério da Nova Aliança é um conhecimento e uma realidade que precisa ser vivida urgentemente, pois estamos nos últimos tempos.

Dito isto quero apresentar alguns pontos sobre o livro. No entanto, já antecipo que eles apenas arranham as profundezas de seu conteúdo.

O Único Ministério

No primeiro capítulo o autor apresenta o que é necessário para recebermos a revelação da economia de Deus, ou seja, Seu plano, o que é esse ministério, como ele surgiu e como podemos executá-lo:

“Deus quer realizar uma obra na terra, e esse ministério nos dá a direção correta para cooperar com Ele. É por meio desse ministério que levamos a cabo o plano eterno de Deus” (pág. 7).

“O seu ministério [de Jesus] tinha como objetivo gerar a igreja, para, assim, cumprir o que foi determinado pelo Pai desde a eternidade passada” (pág. 9).

“Para começar o Seu ministério, Jesus teve de receber o Espírito Santo sobre ele. Da mesma maneira, para iniciar o ministério da nova aliança, era necessário que a igreja recebesse do alto, a promessa do Pai, que é o batismo, o derramamento do Espírito Santo sobre ela, que é o que ocorreu no dia de Pentecostes (V. 8). Somente assim a igreja pode executar a obra de Deus: estando cheia do Espírito Santo” (pág. 10).

O ministério da nova aliança começou com o Senhor Jesus (pág. 9).

Apesar de existirem muitos ministérios por aí,

“(…) é importante perceber que todos os ministérios pessoais são para o único ministério da nova aliança, o qual fechará esta era e trará o Senhor de volta! Veja quão importante é esse ministério e perceba que Deus conta conosco hoje!” (pág. 16).

A Única Linha Ministerial – Parte 1

O segundo capítulo  explica que Lúcifer fora criado por Deus e entronizado sobre a terra, mas se rebelou e criou um governo paralelo ao de Deus, trazendo caos para toda a criação.

O autor deixa claro que ao se posicionar em favor do avanço desse ministério, Satanás e suas hostes espirituais se levantarão para tentar nos impedir, mas:

“O enviado de Deus, Jesus Cristo, ressuscitou, foi recebido na glória e assentou-se à destra de Deus. Essa aprovação trouxe a Cristo o poder e a autoridade sobre todo o principado, potestade, poder e domínio. Quanto mais alto, mais poder; então Seu poder é o poder máximo do universo. Tal fato traz muita segurança e confiança para lutarmos pelos interesses de Deus. Não precisamos temer o mal, porque nosso Senhor Jesus está acima das hostes malignas (Mc 16:19; Ef: 1:19-22)” (pág. 27).

Por conta disso, não devemos confiar em nós mesmos ou em nossa capacidade e nem depender de nossa própria força, pois:

“Sabemos que os apóstolos reconheciam suas fraquezas e incapacidades, assim como a necessidade de dependência do Senhor. Então aguardavam o derramamento do Espírito Santo sobre si. Como os apóstolos devemos ter essa atitude de não fazer a obra por nós mesmos, mas orar até que o espírito Santo nos revista de poder, pois, sem ele, nós nada podemos fazer. Não é uma questão de técnica, inteligência ou muito preparo, pois nós simplesmente não temos a capacidade para fazer a obra de Deus” (pág. 30).

Precisamos vigiar, pois, Satanás, o mundo, a religiosidade e as ideologias modernas vão tentar nos enganar e nos desviar do foco desse ministério.

“O Espírito sempre encontrará pessoas fiéis ao ministério da nova aliança para que continuem a única linha ministerial iniciada pelo Senhor Jesus. Essa linha visa trazer salvação eterna aos perdidos mediante a fé em Cristo Jesus. Basta crer com o coração e confessar com a boca que Jesus é o Senhor, e a pessoa é salva (Rm 10:9)” (pág. 41).

A Única Linha Ministerial – Parte 2

A abordagem do terceiro capítulo é sobre o ministério da nova aliança levado a cabo pelos apóstolos Paulo e João. Outros personagens bíblicos também são citados, focando em suas posturas fidedignas diante da comissão que receberam. Esse capítulo é muito encorajador e imprime em nosso coração o sentimento de pertencimento a esse ministério:

“Nós recebemos um firme fundamento, o único ministério neotestamentário. Fomos introduzidos nesse ministério de Espírito e vida, legado pelos apóstolos Paulo e João. Estamos inseridos no ministério da nova aliança, que vai até a segunda vinda de Cristo. O Senhor Jesus enviou o Espírito aos doze apóstolos, que, liderados por Pedro, deram início ao ministério no dia de Pentecostes. A conclusão se dará por meio do ministério de Espírito e vida legado por João, um dos doze apóstolos. Vemos com isso que há uma única linha ministerial, à qual pertencemos e por meio da qual traremos o Senhor de volta. Vamos dar a nossa vida por tal ministério, pois ele, na verdade, dá sentido à nossa vida. Assim, iremos cumprir à vontade de Deus aqui na terra. Louvado seja o Senhor!” (pág. 60).

O Único Foco na Obra de Deus

Sobre o capítulo quatro, a ênfase é o único foco na obra de Deus. Focar na obra de Deus significa abrir mão de nosso modo de ser, ajustar nossos relacionamentos e atitudes para com os irmãos a fim de que o Senhor possa realizar a Sua vontade por meio de nossas vidas.

“O Senhor quer usar-nos grandemente a fim de que esta era possa ter desfecho e estar sob o encabeçamento de Cristo, quando Ele tomar a posse do reino. Por isso há muito a fazer: fortalecer as igrejas, levar os irmãos a amadurecer, apoiar-nos e perdoar-nos mutuamente, sustentar uns aos outros. Também precisamos abandonar toda a infantilidade espiritual, muitas vezes expressa na maneira divisiva na qual podemos estar vivendo. É assim que vamos, pouco a pouco, ser cada vez mais coesos e preparados para a obra do Senhor. Nessa unidade o Senhor poderá fazer grandes coisas entre nós” (pág. 63).

“Portanto, se quer ser um dos escolhidos e participar da manifestação do reino dos céus, hoje você deve buscar uma vida de agradar a Deus. Não busque um caminho fácil para si. Não busque o caminho fácil de agradar a si mesmo. Procure agradar a Deus” (pág. 78).

O Ministério do Espírito

Sobre o capítulo cinco, gostaria de destacar os seguintes trechos:

“Tudo neste mundo é cartesiano*, material, temporal e passageiro como o pó da terra. Tudo nele é uma ilusão. E, pelo fato de nossa vida estar oculta juntamente com Cristo, não devemos ocupar-nos tanto nem colocar o nosso coração nas coisas desta terra, mas buscar as que são lá do alto, para que, quando Cristo se manifestar, sejamos manifestados com Ele em glória (Cl 3:1-4)” (pág 88).

“Por meio de Cristo temos acesso ao mais elevado poder do universo, o poder supremo de Deus. Conforme mencionei anteriormente, Jesus orou ao Pai para que enviasse o outro Consolador (Jo 14:16), o qual é, hoje, o Espírito, que nos traz toda a realidade dos céus. Assim como, ao ligarmos um interruptor, imediatamente a luz acende, quando exercitarmos nosso espírito, acessamos as riquezas de Deus” (pág 93).

Essas citações ressaltam o que experimentamos nos últimos meses, de modo tão intenso: a efemeridade do mundo. A pandemia do novo coronavírus abalou as economias, a saúde, a educação e a rotina das pessoas, a nível mundial. Logo, o sentimento de que não há estabilidade aqui, mas apenas em Jesus, invade nosso coração e nos lembra de que em breve o Senhor voltará e isso ocorrerá mais depressa se levarmos a cabo esse ministério (Mt 24:14; 2 Pe 3:11-12).

Graças ao Senhor não estamos sozinhos nisso, mas tudo que precisamos para executar essa obra obtemos por meio do Espírito, que nos dá acesso ao maior poder do universo!

A Glória do Ministério da Nova Aliança

Finalmente, no sexto capítulo são abordados temas ainda mais ricos: amor, santificação, unidade e glorificação. Na verdade, ao chegar a esse capítulo, pensei que não haveria mais nenhuma grande revelação, mas o autor apresentou algo surpreendente, algo sem precedentes, pelo menos não com essa profundidade e clareza:

Por meio desse ministério o homem é introduzido em Cristo e estando Nele, um dia seremos introduzidos em Deus e esse é o conceito de glorificação apresentado.

“Somente Deus tem sua glória e elementos santos; logo, o único capaz de glorificar alguém. A Bíblia nos mostra que Jesus, como homem, alcançou tal qualificação, tornando-se digno de cumprir a redenção em nosso favor, ser glorificado por Deus e nos conduzir a glória do Pai (At 3:13; Hb 2:9-10; 4:14-15; 1 Pe 1:21). Aleluia! Hoje o Filho está em nós, nós estamos Nele e temos a esperança de ser também introduzidos na glória (Cl 1:27). Seremos levados para dentro do Pai! Jesus foi o nosso precursor, nosso modelo!” (pág. 107).

Últimas Considerações

Essas citações são apenas uma das partes. O autor ainda fala sobre a base correta da unidade, onde os filhos de Deus recebem a revelação de Sua economia; sobre Cristo ter sido elevado a posição mais alta do universo, ou seja, Ele recebeu todo o poder de Deus e nós temos acesso a isso por meio do Espírito, que é a “linha de transmissão”; sobre dois modos de andar, que são apresentados na palavra: andar peripateo e stoicheo; sobre a imutabilidade de Deus em oposição a mutabilidade de nosso plano cartesiano, entre outros.

Gostaria de finalizar dizendo: quando orei para escrever essa resenha pedi a Deus a oportunidade de não escrever um mero texto para apresentar o livro, porque o conteúdo dele resplandeceu em meu coração e tomei o encargo de compartilhar e comunicar esse assunto tão importante para os filhos de Deus. Eu precisava fazer parte disso porque percebi que o tema é um dos mais importantes da nossa geração, pois o viver e o serviço executado na atmosfera desse ministério trará o Senhor de volta e nos introduzirá, por meio do Senhor Jesus, em Deus.

Espero que o mesmo sentimento que tive, o Senhor coloque em seu coração. O sentimento da urgência de viver essa realidade, da necessidade de levar a cabo o ministério da nova aliança! Que o Senhor abençoe você!


*Cartesiano: o autor refere-se ao mundo visível, com suas dimensões e limites; em contraposição há o Plano da Fé, o mundo invisível, a dimensão de Deus.


O livro pode ser adquirido neste link.

Ficha técnica:

Autor: Pedro Dong

Páginas: 112 págs.

Editora Árvore da Vida.