Amado jovem, sinceramente, você já teve a incrível e inesquecível experiência de se derramar aos pés do Senhor em oração? Já teve a experiência de conversar com Ele enquanto as lágrimas rolam de seu rosto incessantemente e sem você saber o por quê? Ou sorrir de maneira incompreensível, só por causa da sua comunhão com seu Pai? Se sim, parabéns, você – ao menos uma vez – tocou no Espírito do Senhor. Se não, você precisa ter essa experiência de tocar no Senhor, de se derramar aos Seus pés em oração. É algo inexplicável e inesquecível.

Orar é conversar com Deus. O Apóstolo Paulo encorajou o seu jovem cooperador Timóteo que, antes de tudo, orasse (2 Tm 2:1). Em todas as passagens da Bíblia em que vemos oração, vemos Deus agir. Quando Pedro foi liberto da prisão, ele foi diretamente para a casa de Maria, mãe de João Marcos, pois ali haviam irmãos orando (At 12:9-12). Paulo, ao encontrar Lídia, a viu em um lugar de oração (At 16:13-15), e houve salvação para ela e sua casa. Posteriormente, mesmo estando presos, Paulo e Silas oravam e cantavam, e houve grande operar de Deus.  O fim disso, foi a libertação deles e a salvação do carcereiro (vs. 27-34). Atualmente, o grande problema  dos jovens  é a dureza do coração e a dificuldade de se derramar aos pés do Senhor em oração.

Conheço um jovem irmão que antes de sua conversão era muito duro, orgulhoso, e não se dobrava a ninguém. Mesmo quando começou a ir às reuniões, ele não se deixava ser levado. Segundo ele, até o dia de sua conversão, nunca havia orado de joelhos.

No dia de seu batismo, após voltar para casa todo feliz, este se dirigiu para o fundo do seu quintal, onde havia ali uma construção de tijolos que estava mal acabada e ainda bastante áspera. O tal irmão foi para lá a fim de orar. Até aquele momento ele pensava: “Para que vou orar de joelhos? Deus não é Onipresente e Onisciente? Então se ele é assim, certamente ouvirá minha oração de pé mesmo. Não preciso me dobrar para ninguém”.

E o irmão começou a orar. Enquanto orava começou a sentir um peso em suas costas que o forçava a abaixar-se. Ficou agachado, mais ainda sentia o peso. Continuou orando, até que começou a ouvir o Senhor em seu interior dizendo: “Fique de joelhos”. O irmão pensou consigo: Senhor, preciso disso realmente? E o Senhor lhe disse: “De joelhos!”.

O irmão obedeceu e ficou de joelhos, porém, como a superfície era ainda inacabada, começou a doer em seus joelhos, pois o estava machucando. Ele retirou o sapato e colocou em baixo dos joelhos, mas o Senhor lhe mandou que retirasse o sapato, e depois dobrasse a calça até em cima do joelho. Em tudo isso o irmão foi um pouco relutante, mas por fim, obedeceu.

O fruto disso foi que o irmão que nunca havia orado de joelhos por ser muito orgulhoso. Naquele momento orou até ferir os seus joelhos, mas não sentia dor, pois o Senhor é quem o sustentava. Ele se derramou aos pés do Senhor naquele momento. Esse irmão teve uma forte experiência de se achegar aos pés do Senhor.

Um exemplo na Bíblia é o da mulher com o vaso de alabastro. Em Mateus 26:6-12 e Marcos 14:3-9, nos é mostrado que o Senhor estava à mesa com seus discípulos quando esta mulher se achegou a ele e derramou sobre sua cabeça o valioso unguento. Os apóstolos se indignaram, pois aquele líquido era muito valioso e poderia ser vendido e repartido a quantia com os pobres. Para eles, fazer aquilo era um desperdício. O Senhor Jesus, no entanto, lhes perguntou por que molestavam aquela mulher. Ela já o tinha ungido para a sua morte. E ainda ordenou que onde quer que o evangelho fosse pregado, essa história também fosse contada.

A estrofe 1 do hino 83 do nosso suplemento[1] diz: “O meu vaso de alabastro, sobre Cristo vou quebrar; Entregar-Lhe minha vida, o melhor Lhe consagrar. Os discípulos, contudo, dizem desperdício ser: – Por que não vender o nardo para aos pobres atender?”. O refrão diz ainda: “Quando temos a visão que o Senhor se deu por nós, derramamos o melhor: sobre Ele o nosso amor”.

Esse hino relata esses dois acontecimentos citados anteriormente, e também o que está escrito em João 12: 1-8, onde Maria tomou também um vaso, derramou o unguento aos pés do Senhor e os enxugou com os cabelos. Todas essas mulheres deram seu melhor ao Senhor, e isso aconteceu quando se achegaram de joelhos a Ele. Isso nos mostra que o Senhor deseja que nos submetamos a Ele.

Eu já ouvi algumas vezes a seguinte frase: “Quem fica de joelhos diante de Deus, fica de pé diante de qualquer dificuldade”. Isso é verdade. Ao nos achegarmos ao Pai de joelhos, não estamos diante de um ditador que quer nos humilhar para mostrar que somos inferiores a Ele e que temos de obedecê-Lo, ou do contrário, este nos fulminará. Pelo contrário, estamos diante de um Pai amoroso e cuidador, que deseja que fiquemos de joelhos, mostrando assim que reconhecemos nossa insuficiência e pedimos o seu socorro. Ficar de joelhos diante do Pai, é sim o primeiro passo, para ficar de pé diante de tudo!

 

[1] [1] Hinário cristão publicado pela Editora Árvore da Vida.