A 21ª edição do Campeonato Mundial de Futebol, mais conhecido no Brasil como Copa do Mundo, teve sua cerimônia de abertura marcada por um chamado aos telespectadores para voltarem para casa e por uma coreografia que relembrava elementos das edições passadas, como músicas e mascotes. Sua mensagem foi centrada no acolhimento, na diversidade e na inclusão. Após as apresentações artísticas, o Emir do Catar, Tamim Bin Hamad al-Thani, começou um discurso e a primeira menção que fez foi a “Deus, o misericordioso”. 

Toda essa representação é como uma pintura que expressa um mundo ideal, celebrado numa casa comum, que acolhe a todos, independentemente de cultura, nação, religião e particularidades. Ainda que isso não tenha sido dito explicitamente, ficou subentendido.

Ao olhar e refletir um pouco mais, é possível deslumbrar a profundidade dessa pintura, pois expressa bem mais que inclusão e diversidade. Nela há beleza, prosperidade e espaço para um Deus misericordioso. Porém, será que essa mensagem é real? Será que o mundo é capaz de oferecer isso? Podemos confiar que esta terra pode se tornar um paraíso estável e seguro? Os cristãos, com sua fé completa e com a Palavra de Deus na íntegra, também foram convidados a adentrar essa casa comum a todos? 

A Palavra de Deus responde de forma ampla a essas perguntas! Sobre essa aparência bela e gloriosa do mundo, diz: “Porque toda a carne é como a erva, e toda a glória do homem como a flor da erva. Secou-se a erva, e caiu a sua flor” (1 Pe 1:24). Ou seja, essa beleza e glória são vãs; mais cedo ou mais tarde, elas vão fenecer. 

Estabilidade e segurança, infelizmente, nunca foram características desta terra. Desde os primeiros momentos que sucederam a queda do homem, dentro da casa da primeira família que existiu, já não havia segurança. Assim, o primeiro homicídio ocorreu (Gn 4:8). Não há nada estável no mundo. O que é forte ou está no auge hoje, já não será lembrado amanhã nem terá o mesmo valor! Quando os governos mudam as economias se abalam ou ascendem. A única coisa verdadeiramente estável é uma pessoa: o Senhor Jesus. Como expõe a Bíblia: “Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação” (Tiago 1:17). Ainda, em Apocalipse 3:14: Jesus é descrito como o “Amém”. Originalmente, essa palavra  significa estabilidade, ou seja, Jesus é estável. Quando um cristão está firmado em Cristo, ele está sobre uma base estável.

Então, não se engane! Esse convite feito pelo mundo não é para você: “E, por causa do meu Nome, sereis odiados de todos. Contudo, aquele que permanecer firme até o fim será salvo” (Mateus 10:22). O ministério Portas Abertas recentemente publicou em seu perfil do Instagram que 7 dos 32 países participantes da Copa do Mundo estão na lista mundial de perseguição a cristãos. A tendência é que isso piore à medida em que  nos aproximamos do final dessa era.

Caro leitor, não quero entristecê-lo. O objetivo desse texto não é pregar contra a Copa. Desejo apenas relembrar que recebemos um chamado semelhante ao da abertura, mas que não diz respeito a este mundo ou a usufruir de um reino abalável. Não somos convocados  a uma casa que faz acepção de pessoas, mas a uma que realmente está aberta para todos os que creem. Todos aqueles que atenderem a esse chamado e perseverarem até o fim receberão uma recompensa e poderão celebrar eternamente com o Criador numa verdadeira atmosfera de beleza, alegria e glória (Mt 24:13; Ap 21:4, 21-27). 

Não podemos nos enganar nem depositar nossa confiança no mundo, pois “a vinda do Filho do Homem será como no tempo de Noé. Pois nos dias, antes do dilúvio, todos comiam e bebiam, casavam-se e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca. E eles nada perceberam, até que veio o dilúvio e arrastou a todos. Assim acontecerá também na vinda do Filho do Homem” (Mateus 24:37-39).

A atmosfera dos jogos, principalmente os que contam com a participação da seleção brasileira, cria um ambiente de união e confraternização. Vamos aproveitar esses momentos com as pessoas que amamos e pregar-lhes o evangelho, pois não sabemos se essas serão nossas últimas oportunidades para lhes falar do Senhor.

Pelo que temos visto nos últimos dias, sabemos que a volta do Senhor está mais próxima do que nunca. Além dos sinais, o evangelho tem sido pregado numa velocidade vertiginosa em alguns países; em outros, como naqueles onde há perseguição, tem penetrado pelas pequenas frestas e alcançado pessoas improváveis. Por isso, apesar de estarmos no mundo, devemos viver como se não estivéssemos. Claro que estamos na torcida para que o Brasil seja hexacampeão. Unimo-nos e confraternizamos com as nações participantes, mas, acima de tudo, devemos nos entusiasmar em celebrar a festa eterna, tendo, assim, verdadeiramente, satisfação e alegria plenas com pessoas de todas as nações adorando o Senhor para sempre (Ap 7:9-10).