Corra e Se Esconda

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A humanidade ama celebrar atos de bravura. Por isso, todo ano dúzias de livros e roteiros de filmes são escritos para fazer brilhar os holofotes sobre um herói que resistiu corajosamente frente ao perigo. Enquanto todo mundo correu para se esconder, um guerreiro desafiou o mal, salvou o dia e devolveu a esperança ao mundo!

Por que essas histórias são tão populares? Uma razão pode ser o fato de que, lá no fundo, todos nós queremos ser aquele herói que, claramente, somos incapazes de nos tornarmos. Não importa quão durões possamos achar que somos, nós corremos quando os problemas batem à porta e buscamos nos esconder quando a escuridão aumenta.

Eu não culpo alguém por correr e se esconder. Este mundo, corrompido pelo pecado, realmente é um lugar perigoso. Aposto que você está enfrentando algum dos seguintes perigos neste exato momento:

1 – Perigos “corriqueiros”: todos nós experimentamos os perigos do pecado em momentos corriqueiros nos relacionamentos do dia a dia. Todos nós temos cicatrizes de feridas causadas por palavras duras e traições, e só porque elas são corriqueiras, não significa que não irão deixar marcas profundas;

2 – Perigos que mudam nossas vidas: talvez você esteja de cama por causa das atitudes irresponsáveis ou violentas de outra pessoa. Talvez você esteja lidando com a devastação causada por um cônjuge infiel. Talvez você esteja enfrentando o desemprego, ou uma mudança de carreira por causa de alguma armadilha preparada por um colega ou um chefe;

3 – Perigos do ambiente: racismo, corrupção no governo e guerras internacionais impactam a vida de muitas pessoas. Doenças, degeneração física e emergências médicas são praticamente inevitáveis. Poluição, terremotos, furacões e tsunamis são realidades presentes. Você enfrenta perigos todos os dias, ao acordar em um ambiente degenerado;

4 – Perigos espirituais: há um inimigo maligno semeando discórdias, divisão, engano, destruição e morte por onde ele passa. Nós não passamos um dia sequer sem que ele tente nos seduzir, cochichando em nossos ouvidos e atraindo nossos olhares. As tentações nos atacam constantemente e se esforçam para nos fazer baixar a guarda;

5 – Perigos pessoais: os perigos de um mundo caído não estão apenas ao nosso redor; estão dentro de nós também. O pecado nos reduz a tolos e faz com que o errado pareça certo. O pecado faz com que pensemos mais no momento do que no longo prazo. Ele nos tenta a fazer escolhas egoístas, em vez de pensar na comunidade. Ele nos encoraja a nos esquivarmos, dando desculpas, quando somos descobertos. Somos nosso maior perigo.

Então, quando você se fere por causa dos perigos deste mundo caído, para onde você corre à procura de abrigo? Quando você está alerta o bastante para perceber a aproximação do perigo, onde você se esconde? Quando você está cansado por causa da jornada difícil, onde você procura abrigo e repouso?

Para um cristão, correr e se esconder não é algo para se ter vergonha. Na verdade, a Bíblia encoraja essa reação. Há inúmeras passagens nos Salmos nas quais o autor está procurando refúgio, uma rocha sólida ou uma fortaleza (veja 9:9, 18:2, 27:1, 37:39, 94:22, 144:2, e muitas outras).

Correr e se esconder não nos coloca em apuros; correr para o refúgio errado e se esconder na fortaleza errada é que são o problema. Quando as situações difíceis chegam, você corre para outras pessoas? Você se esconde na fortaleza do Netflix? Você corre para o álcool? Você se esconde na correria do trabalho?

A realidade é que todos nós corremos e nos escondemos, mas há apenas um lugar seguro. O Senhor é o abrigo mais confiável que existe. Ele tem o poder de proteger você e a graça para restaurar sua alma. Ele dá força ao cansado e alegria ao quebrantado.

Apenas Cristo pode renovar você, seja sua alma ou seu corpo. Céus e terra obedecem aos comandos dEle. Ele é uma rocha perpétua e um abrigo impenetrável. Ele se deleita em segurar você na palma da mão dEle. Ele tem prazer em lhe abrigar debaixo das asas dEle.

Por que você não corre e se esconde nEle?

[toggler title=”Mais” ]Texto adaptado de um artigo do pastor norte-americano Paul Tripp[/toggler]