Certo dia, ocorreram mudanças em minha casa. O lugar onde vivo é composto por duas casas, a primeira que nós chamamos de “casa de cima” e uma menor, que nós chamamos de “casa de baixo”. Buscando dar-me espaço, meus pais resolveram mudar de casa. Passaram todas as coisas deles para a casa de baixo e somente eu permaneci na de cima.  Por um lado, a intenção era ótima, afinal, todos nós, quando mais velhos, buscamos espaço e privacidade. Mas, por outro lado, era como se estivéssemos rompendo um laço, que havia sido construído a minha vida toda. Meus pais não mudaram de casa, apenas estavam um cômodo abaixo, mas eu não conseguia mais ouvi-los, não sabia o que estavam fazendo, nem o que estavam conversando, tampouco se estavam bem. Mesmo sabendo que eles estavam ali, pertinho, eu me sentia sozinha. 

 Na primeira noite “separados”, eu não consegui dormir, sentia-me incomodada com o silêncio, com medo de estar sozinha e insegura por não ouvi-los. Todavia, preocupada em incomodá-los, resolvi não falar nada para eles e tentar me adaptar. No outro dia, logo pela manhã, minha mãe me perguntou se eu havia dormido bem e começou a contar que ela não tinha conseguido descansar, porque havia ficado preocupada comigo, pois não me ouvia, não sabia o que eu estava fazendo e nem o que estava acontecendo em cima. Nesse exato momento, fiquei aliviada, e comecei a contar que sentia o mesmo, demos muitas risadas, e por mais bizarro que pareça, na noite seguinte, meus pais pegaram o colchão deles e levaram para o meu quarto. Lá estávamos nós três, uma família que possui cinco quartos em casa, dormindo em um só, bem apertados. E acredite, foi uma noite aconchegante e tranquila, afinal, nós ouvíamos uns aos outros, sabíamos como cada um estava e sentíamos a presença uns dos outros. Por fim, hoje em dia temos um buraco na parede, que dá acesso ao meu quarto e ao quarto deles, conseguimos ouvir,  conversar e, se necessário, ver uns aos outros 

Amado leitor, esse é o verdadeiro significado de conexão. Os que já passaram por situações parecidas, de precisarem deixar a casa dos pais ou de qualquer outra pessoa com quem possuam um forte vínculo, sabem qual é o sentimento. Estar conectado com alguém é estar vinculado à pessoa. Uma verdadeira conexão exige de nós união, afinidade, relacionamento e dependência. 

 Esse foi o sentimento de Deus no jardim, a respeito de Adão, em Gênesis 3:6. Quando Eva comeu do fruto proibido e o deu também a Adão, eles foram desconectados da presença de Deus, e logo pela viração do dia, como de costume, Deus foi ao jardim para ter comunhão com eles, mas eles não estavam esperando por Deus. O fato de não os encontrar  a sua espera fez com que Deus os buscasse, perguntando: “Adão onde estás?” (Gn 3:9). Certamente Deus sentiu a desconexão com eles, pois, já não ouvia Adão, não sabia o que ele estava fazendo e nem como ele estava. Amado jovem, quantas vezes essa mesma pergunta feita por Deus a Adão foi também feita a mim e a você?  Deus tem procurado você por estar desconectado Dele? Quantas vezes já deixamos Deus sozinho a nossa espera? A boa notícia é que Deus não desiste de nos procurar e  chamar todos os dias, em todos os momentos Ele está a nossa espera, aguardando  invocarmos o Seu nome e restabelecermos nossa conexão com Ele (Jr 29:12-13).

De volta para os braços do Pai 

Em Lucas 15:11-32, temos a passagem do filho pródigo, em que um dos filhos exige sua parte na herança e abandona o pai, como se este estivesse morto. Após perder tudo o que havia recebido do pai e ficar sozinho, esse filho teve receio de voltar para casa, foi preciso tomar coragem, reconhecer a condição em que se encontrava, deixar todo orgulho de lado e correr para casa do pai, pedindo por misericórdia e perdão, a fim de que o  pai o tratasse ao menos como um de seus funcionários. 

Jovem, sabe qual foi a atitude do pai ao ver seu filho retornando para casa? Ele abriu os braços para aconchegar e consolar seu filho através de um abraço cheio de amor, consolo e perdão. Com muitos beijos ele recebeu seu amado filho e pediu que lhe preparassem uma festa, com o melhor que havia, pois a alegria de ter seu filho de volta em seu lar, dentro do seu abraço, era imensa! Isso sim era motivo para uma grande festa, afinal, o filho que estava perdido foi achado! 

Querido jovem, Deus não  é diferente conosco! Como um pai que ama o seu filho, Deus está a nossa espera, com os braços abertos, para nos consolar, curar nossas feridas, perdoar nossos pecados,  encher-nos de beijos e  reconciliar-nos com Ele. Talvez, assim como o filho pródigo, você tenha saído da presença do Pai, faz tempo que não O vê e nem O busca, talvez você esteja machucado, com fome da palavra e receoso de voltar. Mas, neste momento, Deus está  dizendo a você: “onde estás?”, “por que não vem ao meu encontro? Eu estou a sua espera!”. Jovem, retorne para a casa do Pai, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados (1Jo 1:9), o amor Dele por você é eterno e Ele tem  procurado você, não tarde em respondê-lo, tome uma atitude corajosa! 

Restabeleça sua conexão 

Jovem, conte para Deus com sinceridade de coração o que você sente, não fique preocupado em incomodá-Lo, não ache que Ele está bem sem você e que você precisa se adaptar a viver sozinho. Busque conversar com Deus, diga que sente sua conexão com Ele prejudicada, por conta dos vários cômodos criados em seu coração. Talvez Ele esteja em um cômodo distante aí dentro, onde você não consegue ouvi-Lo, nem saber o que Ele sente ou como Ele está. Peça para que Deus se mude para perto! Que Ele retorne para o primeiro cômodo do seu coração, diga que precisa sentir Ele perto de você, ouvi-lo constantemente e se necessário, abra buracos na parede do seu coração, para que você tenha fácil acesso a Deus e Ele tenha fácil acesso a você! Não permita que nenhuma parede ou barreira rompa sua conexão com Ele, não busque espaço ou privacidade longe de Deus, abra a porta do seu coração e deixe Deus ficar juntinho de você, no mesmo cômodo!


Colaboração enviada por Renata Almeida

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