Muitas vezes queremos fazer o bem, mas somos impossibilitados de fazê-lo pela vida natural que possuímos; o pecado, que habita em nossos membros, escraviza-nos. Somos, assim, impedidos de fazer o bem que queremos e, muitas vezes, praticamos os pecados que detestamos (Rm 7:14-16). Essa é a condição lamentável do homem desde a queda de Adão. Todavia, nosso Deus, que nos criou por amor, proveu-nos a salvação, a libertação do pecado e da morte por meio de Jesus Cristo.

“Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu  Filho unigênito, para que todo o que nele crê não  pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16).

Lembremos de Nicodemos, um fariseu (Jo 3:1a), um especialista da religião. Como tal, ele, sem dúvida, guardava a lei de Deus e, possivelmente, segundo ela, não se achava nele falha alguma. Ele era também um dos principais dos judeus (v. 1b). Como um líder de elevada posição, ele devia ser modelo para o povo, alguém que, inclusive, guardasse as leis dos homens. Além de ser bom homem, era mestre da lei (v. 10). Como mestre devia ensinar os outros a fazer o bem e a viver segundo um alto padrão moral. Portanto, Nicodemos era religioso, líder, mestre, irrepreensível, de alto padrão moral, experiente e culto. Uma pessoa assim não se encontra facilmente na sociedade.

Tudo indica, porém, que dentro desse homem tão respeitável havia uma busca: Nicodemos buscava Deus. Percebendo que Jesus vinha da parte de Deus, foi procurá-Lo.

Ao estar com Jesus, disse:

“Rabi, sabemos que és Mestre vindo da parte de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não estiver com ele” (João 3:2).

Apesar de ser de alta posição entre os homens, ele ainda sentia um vazio interior e foi ter com Jesus, o Nazareno, procurando-O durante a noite, talvez por temer a opinião dos judeus. O fato é que ele foi. Ele buscava, Naquele que viera da parte de Deus, algo que satisfizesse sua necessidade interior, algo que, provavelmente até aquele momento, nem ele tivesse clareza do que seria.

Jesus sabia o que Nicodemos precisava, então lhe disse:

“Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” (João 3:3).

Para entrar ou para ver o reino de Deus, é necessário ter a vida do reino de Deus, a vida divina. É como se Jesus lhe dissesse: “Nicodemos, a vida que você tem, por melhor que seja, só serve para viver no reino dos homens. Se quiser desfrutar o reino de Deus, você precisa de outra vida além da vida humana que já possui. Você precisa receber a vida de Deus”.

Nicodemos era muito inteligente, mas não conseguia entender o que queria dizer “nascer de novo”. Por isso, ao ouvir o que Jesus lhe falara, perguntou como isso seria possível:

“Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, voltar ao ventre materno e nascer segunda vez?” (João 3:4).

Mas Jesus lhe respondeu:

“Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus”  (João 3:5).

Sim, é impossível nascer de novo do ventre materno; porém, ainda que Nicodemos conseguisse, continuaria sendo carne, nascido da carne, com o mesmo vazio interior. Para entrar no reino de Deus, ele precisava nascer do Espírito em seu espírito, isto é, receber a vida incriada de Deus, o Espírito, em seu espírito humano. Mas que seria o “nascer da água”? Nascer da água pode ser aplicado ao batismo. Ele é realizado com água e simboliza o término do velho  homem (assim a Bíblia denomina o homem caído, que não conhece a Deus). Nascer da água significa que precisamos receber a vida de Deus que foi liberada quando o Senhor morreu. Mas como nós, que vivemos hoje, podemos receber essa vida? Como podemos nascer de novo? A resposta para essas perguntas requer certa explicação.

Deus veio à terra na forma de homem. Jesus viveu, morreu e ressuscitou, tornando-se então, o Espírito que dá vida (1 Co 15:45). É por intermédio desse Espírito que recebemos a vida de Deus, ao crer na obra redentora de Cristo na cruz.

Isso nos mostra que até mesmo um homem como Nicodemos, bom e cumpridor da lei, não poderia ver o reino de Deus se não nascesse de novo, ou seja, se não cresse e fosse batizado. Ver o reino de Deus não depende de quão bom ou de quão respeitado na sociedade alguém seja; também não depende de guardar a lei nem de ter alto padrão moral ou rica experiência humana. Isso não é suficiente. Para ver o reino de Deus, uma única coisa é necessária: nascer de novo, nascer de Deus! E isso é algo que ocorre pela fé.

“E agora, por que te demoras? Levanta-te, recebe o batismo e lava os teus pecados, invocando o nome dele” (Atos 22:16).

Texto inspirado no livro Importa Nascer de Novo, de Dong Yu Lan.

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Caso você ainda não tenha tido um encontro com o Senhor Jesus, eu o convido a fazer a seguinte oração:

“Senhor Jesus, eu me achego a Ti. Confesso que sou pecador e preciso de salvação. Creio na obra que realizaste por mim na cruz e Te recebo em meu coração. Quero que seja o Senhor da minha vida. Por certo, não Te conheço bem ainda, mas meu coração é Teu. Quero me consagrar a Ti. Receba-me. Lava-me. Purifica-me. Desejo nascer de novo. Quero nascer de Ti. Reina em mim, Senhor. Amém”.