Consagração – Série “Os Puros de Coração” – Texto 2 de 4

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Querido jovem, esperamos que você esteja gostando da série “Os puros de coração”. No texto anterior apresentamos a questão de receber a luz do Senhor e purificar nosso coração, pois se quisermos servir e ser úteis a Deus, precisamos permitir que primeiro Ele trabalhe em nós. Agora vamos conhecer os próximos passos: confessar os pecados, lidar com eles e, positivamente, consagrarmo-nos a Deus.

“Ora, a mensagem que, da parte dele, temos ouvido e vos anunciamos é esta: que Deus é luz, e não há nele treva nenhuma. […] Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu filho, nos purifica de todo pecado” (1 João 1:5, 7).

Deus é luz. Essa luz mostra nossa real condição como pecadores e por meio dela descobrimos que precisamos do sangue de Jesus. Assim, quando essa luz brilha, passamos a ver todos os nossos pecados e falhas que não percebíamos anteriormente.

O pecado, no singular, é a natureza pecaminosa que herdamos de Adão. Os pecados, no plural, são os atos pecaminosos, a manifestação dessa natureza em nós, por meio de qualquer palavra, pensamento ou ação contrária à vontade de Deus, principalmente escrita na Bíblia. Qualquer pecado, seja grande ou pequeno, visível ou oculto, consciente ou não, é uma afronta à santidade de Deus e deve ser confessado quando exposto à luz. Confessar os pecados é dizer a Deus a condição do nosso coração, é mostrar o quanto cremos no poder de Seu precioso sangue“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 João 1:9).

Um coração voltado para o pecado não conhece a vontade de Deus. Apenas quando  nos voltamos a Ele, podemos ter o coração iluminado e então conhecê-la (Efésios 1:18). Deus tem um plano, uma carreira de triunfo para cada um de nós. Mas, se quisermos seguir nessa carreira, é necessário confessar os pecados ao Senhor e lidar com todos eles.

Quando deixamos de confessar um pecado em nossa vida, prejudicamos nosso relacionamento com Deus. Que tal parar por alguns instantes e refletir sobre sua vida? Existe algum pecado não confessado? Se você deseja sentir a purificação que advém com o perdão de Deus e quer livrar-se da culpa causada pelo pecado, cultive o hábito de confessar ao Senhor e, quando fizer isso, lembre-se de agradecer por todo perdão recebido e principalmente consagrar-se a Ele como forma de retribuição por todo o Seu amor.

Lidar com os pecados é algo relacionado com o comportamento; envolve lidar por completo com todas as coisas de nosso viver, do ambiente, do coração e das atitudes que não agradam a Deus. Esse é um passo que não se dá apenas diante de Deus, mas também diante dos homens, se nossos atos também ofendem as pessoas. A confissão interior mais o lidar exterior dos pecados fazem parte de uma experiência completa de salvação, uma mudança de atitude gerada pelo arrependimento, que significa uma mudança de mente, de coração e de propósito. Porém o arrependimento não é o fim; antes, resulta na confissão e com ela obtemos o perdão. Deus nos deu Seu único Filho para que obtivéssemos Seu perdão. Foi um alto preço e revela o quanto Ele nos ama (1 João 1:7-9).

Depois que recebemos a luz, enxergamos nosso estado deplorável diante de Deus, experimentamos a grandeza de Seu amor e de Sua misericórdia. De fato, o arrependimento muda a direção inteira da vida de uma pessoa. É uma conversão, uma mudança de rumo, o começo de uma nova vida inteiramente debaixo do poder de Deus. E, logo que nos confessamos e lidamos com os pecados, surge também um novo sentimento, o sentimento de consagração.

Consagrar-se é separar-se, mudar de posição e de propósito, finalidade. Uma vez separados não devemos proceder como antes e, quando percebemos isso, nossa primeira reação é servir a Deus. Um dos principais momentos em que reconheci que precisava de constante consagração foi numa reunião sobre como cuidar de jovens. Lembro-me de uma frase dita ali: “Não adianta preencher o eterno com coisas vazias ou temporárias”. Para minha surpresa, fui cuidada ali, recebendo um pouco mais da graça de Deus e tendo a oportunidade de me consagrar e, principalmente, consagrar meu serviço. Na minha experiência faltava algo em meu viver, um sentimento a ser preenchido de como ser grata a Deus por tudo o que Ele já havia feito por mim. Muitas vezes, tentei compensar com coisas aparentemente boas, e claramente vi que não bastaria meu esforço, minha vontade, e sim minha consagração a um Deus Eterno.

“Servi ao Senhor com alegria, apresentai-vos diante dele com cântico. Sabei que o Senhor é Deus; foi ele quem nos fez, e dele somos; Porque o Senhor é bom, a sua misericórdia dura para sempre, e, de geração em geração, a sua fidelidade” (Salmos 100:1-5).

Esse sentimento de nos consagrar mostra que passamos a sentir que o Senhor é amável. Sabemos quão grande é o amor de Deus por nós, por meio do perdão de nossos pecados e falhas, que muitas vezes são constantes em nosso viver. O Senhor está sempre esperando cada um de nós com Seu grande amor e perdão. “Senhor, tu tens sido o nosso refúgio, de geração em geração. Antes que os montes nascessem e formassem a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus” (Salmos 90:1-2).

Essa é a motivação da consagração. Quanto mais nos consagramos ao Senhor, mais O buscamos e somos tocados por Ele e por Seu amor (1 João 4:19). Por amor, escolhemos servi-Lo. Um jovem que se consagra anda no caminho do Senhor (Isaías 30:21; João 14:6). Na cruz, quando Jesus morreu em nosso lugar, Ele nos conduziu de volta a Deus. A consagração é a resposta desse amor, ela está apoiada em um amor que ultrapassa o sentimento humano.

Devemos nos consagrar totalmente ao Senhor. Se depois de um tempo sentirmos que nossa consagração “envelheceu”, podemos sempre nos achegar a Ele e de novo nos consagrar absolutamente. Jovem, hoje é seu tempo, é sua vez. Deus espera por cada um de nós e também espera por você. Ele quer que o homem O receba como graça dia a dia. Devemos crer Nele e amá-Lo; então, Sua graça, bênção e presença virão sobre nós todos os dias. Eterna é Sua fidelidade, bondade, misericórdia e amor para com você. Sim, para com você!

“Mas tu, Senhor, és Deus compassivo e cheio de graça, paciente e grande em misericórdia e em verdade. […] Pois tu, Senhor, me ajudas e me consolas” (Salmos 86:15, 17b).

Texto inspirado no livro:  Os Puros de Coração – Witness Lee. (Editora Arvore da Vida –  126 páginas)

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