Você se sente fraco para viver com Jesus e expressá-Lo? Pessoas e circunstâncias ao redor o deixam intimidado para apresentar o evangelho? E quando essa tarefa se torna ainda mais difícil por causa do mal testemunho de pessoas que se dizem cristãs, mas vivem o contrário do que Cristo ensina?

Somos chamados para viver um relacionamento com Cristo e manifestá-Lo constantemente. A igreja deve ser coluna e base da verdade (1 Tm  3:15), isto é, sustentá-la e exibi-la a todos. Por meio de palavras e boas obras, nossa luz deve brilhar a fim de que as pessoas glorifiquem ao Pai (Mt 5:16). 

Porém viver dessa maneira é desafiador, quer seja pela resistência de nosso próprio coração, quer seja devido a dificuldades externas que enfrentamos. O viver inadequado de pessoas que envergonham o nome do Senhor (cf. Rm 2:24) torna a tarefa de comunicar o evangelho à nossa geração ainda mais difícil.

Mas há uma boa notícia! Não é a intenção do Senhor que olhemos primeiramente para essas coisas. Antes, é que olhemos para Ele, pois o Senhor que nos chama é também quem provê o necessário para segui-Lo e manifestá-Lo. E Ele provê de maneira poderosíssima:

“pelo seu divino poder, nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade, pelo conhecimento completo daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude”

(2 Pe 1:3).

Em seus últimos momentos antes de ser ascendido aos céus, Jesus deu uma ordem a seus discípulos e lhes anunciou uma promessa. Deveriam permanecer em Jerusalém para receber a promessa do Pai e serem revestidos de poder. Isso estava relacionado à pregação do evangelho para todas as nações, começando de Jerusalém (Lc 24:47-49; At 1:4).

Em Atos 1:8, Jesus apresenta mais detalhes a respeito dessa promessa:

mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra

(At 1:5, 8).

Assim, vemos que a promessa era o Espírito Santo, o qual daria aos discípulos poder para cumprir a missão que lhes fora dada: dar testemunho de Cristo por toda a terra. Em Atos 2 vemos a promessa cumprida no dia de Pentecostes: o Espírito reveste os discípulos e povos de diversas nações ouvem o evangelho.

Este é o mesmo Espírito que vive em nós! Nele há poder para dar testemunho de Jesus!

Nenhuma dádiva poderia ser tão boa quanto esta: o Espírito Santo derramado sobre os homens, o próprio Deus habitando no interior daqueles que O recebem. 

O Pai concede a seus filhos a melhor coisa que poderia: Seu caráter, Suas virtudes. Mais que isso: Ele mesmo!

Não há bondade como a do Senhor. Somente Ele é santo. Sua justiça excede em muito a dos homens. Não há amor maior e mais verdadeiro que o de Cristo. E agora todas essas coisas podem ser produzidas também naqueles que creem. É somente assim que podemos cumprir nosso chamado de ser “geração eleita, sacerdócio real e nação santa”, para anunciar “as virtudes daquele que nos chamou das trevas para sua maravilhosa luz” (1 Pe 2:9).

Este chamamento já havia sido feito para o povo de Deus desde o Antigo Testamento. A santidade e o poder Dele seria exibidos por meio de Israel para todas as nações. E, de fato, por misericórdia de Deus, seus feitos se tornaram conhecidos por meio deles, seja pelo temor de nações inimigas ou pela inclusão de estrangeiros na comunidade. Mas o povo de Israel falhou inúmeras vezes. A dureza e rebeldia de seu coração impediu que fosse, de fato, representação de Deus na terra. 

O Espírito é a grande promessa, que, por causa de Cristo, é dada de maneira abrangente a todos os povos (Gl 3:14). Em Cristo somos reconectados com o Pai e sua palavra não é apenas um conjunto de ensinamentos fora de nós, mas uma lei que existe em nosso coração, porque Ele mesmo habita em nós.

Essa reconexão é tremendamente profunda. Aos que o recebem, Cristo dá o poder de serem chamados filhos de Deus (Jo 1:12)! A promessa do Espírito está intimamente relacionada a isso, pois o Espírito é sinal distintivo dos filhos de Deus (Rm 8:14).E porque é dito que esse Espírito – o qual não é espírito de escravidão para vivermos com medo – é Espírito de filiação, pelo qual podemos chamar o próprio Deus de Pai! O Espírito que testifica com nosso espírito que somos filhos de Deus! (Rm 8:16,17).

Tremendas são tais notícias! Nossa condenação foi levada por Cristo. Nosso relacionamento foi restaurado e deve ser vivido intensamente com o Pai, por meio do Espírito. E assim, somos filhos, que podem andar de acordo com o que o Pai é! 

Mais uma vez: este não é um espírito “de covardia, mas de poder, de amor e de moderação” (2 Tm 1:7). Se sentimos falta de força para viver nosso relacionamento com o Pai e para dar testemunho de Cristo, lembremo-nos dessa promessa! Peçamos por uma experiência mais intensa dela, pois:

“se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?”

(Lucas 11:13).

O mesmo Espírito que esteve com Moisés, com sacerdotes e profetas no Antigo Testamento, o mesmo Espírito que esteve com o próprio Senhor Jesus, com os apóstolos e com tantos servos de Deus na história está hoje disponível a você pela fé! Não é tremendo este fato? E não para por aí. Apocalipse fala sobre “os sete espíritos de Deus” (Ap 1:4; 4:5), que representa que, no fim dos tempos, temos o Espírito atuando em plenitude!

Deus deseja ter pessoas que O expressam na terra. Ao percebermos quão maravilhoso é Seu plano, amaremos também dar e ser Seu testemunho. Enquanto as trevas avançam e mesmo muitos cristãos envergonham o nome do Senhor e afastam pessoas Dele por darem um mau testemunho, Deus tem o Seu remanescente. E é Ele mesmo quem sustenta e capacita os seus para perseverar com amor e fervor, vivendo com Ele e expressando-O!


Esse texto é inspirado na mensagem “O evangelho da glória de Deus (2)”, ministrada pelo irmão Ezra Ma na série de mensagens “A igreja: coluna e base da verdade”.