“Sensibilidade [no aspecto emocional] é estar ciente do ambiente, é como ter um ‘radar de pessoas feridas’. É observar que alguma coisa está faltando ou não está bem nas pessoas ao redor, e compreender o que precisa ser feito e agir para ajudá-las.” (trecho retirado do livro Uma Mulher Virtuosa em Construção, publicado pela Editora Árvore da Vida). Empatia é identificar-se com o outro, colocar-se no lugar dele buscando compreender seus sentimentos, forma de pensar e agir.

A humanidade, com o passar dos séculos, tem perdido a sensibilidade e a empatia. Ninguém quer “perder” tempo com os outros, pois o “eu” é mais importante. Há inclusive a máxima: “Não perca sua leveza carregando o peso dos outros”. No entanto, mesmo sem saber todos enfrentam as consequências da falta de sensibilidade e empatia. Muitos dizem não encontrar quem os entenda e acabam se isolando. 

Assim como o Senhor Jesus cuja compaixão fluía de Seu interior (Mt 9:36), devemos estar atentos para saber se há alguém que precisa de nossa ajuda. Muitos aparentam estar bem por fora, mas por dentro estão destruídos, seu interior abriga uma imensidão de escuridão e dor.

Todos já passamos ou estamos passando por momentos difíceis. Deveríamos então saber reconhecer os mesmos sinais nos outros, certo? Porém podemos estar vivendo de maneira egocêntrica, correndo o risco de passar a vida inteira olhando somente nossa dor e nos tornarmos cegos quanto à dor de outros. 

Muitas vezes questionamos a razão de nossa tribulação. Ela serve para nosso crescimento espiritual e para nos aproximar do Senhor, mas também pode nos tornar mais compassivos, mudando a maneira como percebemos as pessoas, pois: “É ele que nos conforta em toda a nossa tribulação, para podermos consolar os que estiverem em qualquer angústia, com a consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus” (2 Co 1:4). As dificuldades, então, podem ser a oportunidade de parar por um momento e olhar para aqueles que também passam por aflições. Assim, no tempo do Senhor, também obteremos descanso (Mt 6:33; 11:28-30). 

Ainda que você esteja passando por aflições, sentindo-se desencorajado, envergonhado ou incapaz, não desista de buscar ao Senhor. Ele conhece nossas dificuldades, por isso pode nos ajudar. Não depende de nossa própria capacidade, mas de nos dispormos para ser usados, pois quem faz a obra é Ele. Além disso, “aquele que se une ao Senhor é um espírito com ele” (1 Co 6:17). Podemos nos tornar um com o Senhor, revestindo-nos de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade (Cl 3:12). Pela ação do Espírito podemos ter as virtudes de Cristo trabalhadas e exibidas em nós. Assim, preenchidos com a natureza Dele, poderemos manifestar sensibilidade, empatia e amor verdadeiros.

Colaboração enviada por Bruna Sato