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Redes Sociais: somos usuários ou estamos sendo usados?

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Inteligência Artificial (IA) e algoritmos

Nos últimos anos temos visto grandes avanços tecnológicos. Coisas que antes só assistíamos em filmes, já são reais, como as inteligências artificiais. Elas estão bastante presentes em nossos dias, mas não como imaginávamos que seriam, como robôs capazes de pensar e tomar suas próprias decisões. Convivemos com algo mais sutil, que capta o que acessamos, vemos, ouvimos, lemos e consumimos para montar nosso perfil de usuário, definindo nossas preferências e indicando o conteúdo que nos manterá conectados e com maior chance de ser consumido.

Essa inteligência não é usada apenas para mostrar aos usuários do Instagram, por exemplo, a propaganda daquele tênis que você viu no site de uma loja. Não! Seria muito óbvio. Imagine que esse algoritmo captou que você gosta de determinado tema político ou de culinária, especulações sobre famosos ou de animais e começa a sugerir esse tipo de conteúdo para você, como fotos, vídeos e links. para manter você conectado. Depois de algum tempo imerso naquilo, ele sugere um produto, em seguida mais conteúdo que o mantenha mais tempo por ali e então, mais uma propaganda.

Tudo bem, talvez sugerir um produto não seja tão nocivo, mas e quando em meio às suas preferências, a IA sugere algo que possa influenciar seu modo de pensar e de agir? Não sei se você está ligado, mas há países que usaram o Facebook para influenciar  a população. Mianmar é um deles no caso do genocídio de muçulmanos rohingyas. A Rússia usou essa plataforma para atacar a Ucrânia, criando notícias falsas. O algoritmo as difundiu porque não tem a capacidade de discernir a veracidade da notícia, considerando o tema relevante. As eleições presidenciais dos Estados Unidos e do Brasil, que por muitos anos eram fortemente influenciadas pela televisão, em suas últimas edições, tiveram forte influência das redes sociais.

Esses são só alguns exemplos do que a ação sutil por detrás dessas plataformas é capaz de fazer. Sabemos que o mundo jaz no maligno (1 Jo 5:19) e que em breve o Anticristo surgirá, e que ele não virá como um monstro, mas como um cordeiro, e estabelecerá a paz (cf. Dn 9:27), acabando com as divisões e com certeza usará essas plataformas para divulgar seu carisma. Não será estranho ele alcançar o topo dos assuntos mais comentados do Twitter, aparecer como sugestão de vídeo no Youtube, nos grupos de discussão do Facebook, opção de pin no Pinterest, notícia no Reddit, etc.

Sou um usuário passivo?

Não sei se você percebeu a gravidade da coisa. Mas quero deixar bem evidente: se você já estiver imerso nisso, conectado às redes, consumindo seu conteúdo diariamente de forma passiva, você também será exposto a isso. E quando o Anticristo começar a se promover ou ser promovido por sua equipe, você poderá não desconfiar da ação dele porque o sistema já terá cativado sua mente, seu coração estará frio, sua relação com Deus será superficial, o Espírito estará apagado e então não será capaz de discernir a verdade.

Quantos cristãos não titubearam em seu posicionamento nos últimos anos por causa do bombardeio e propagação de ideologias nas redes sociais e chegaram ao ponto de questionar e até abandonar as verdades Bíblicas, comportando-se de maneira contrária a elas por influências políticas? Muitos. Isso está tão perto de nós que basta rolar o feed para encontrar ali alguém propagando, falando disso todos os dias.

Vou apenas falar superficialmente da extensão do campo de abordagem deles, que vai além das redes sociais, pois está em séries e filmes da Netflix, da Amazon, da HBO, etc. Por meio desse tipo de conteúdo, despeja-se sem limites que Deus não existe, que tudo lá em cima é mentira, que devemos ficar longe da Bíblia e de tudo que ela fala porque é um livro maligno. Também apresentam Jesus de forma distorcida, como mais um deus, no meio de tantos outros e não como O caminho, A verdade e A vida (Jo 14:6). 

Essas coisas estão mais intensas ultimamente porque o inimigo de Deus, Satanás, sabe que lhe resta pouco tempo, por isso ele fará de tudo para seduzir, ocupar o homem para que não desfrute do Senhor, e então destruí-lo.

Sou um usuário ativo?

Por conta disso, não podemos ser usuários/telespectadores passivos, que absorvem o conteúdo, sem filtro, sem consideração alguma. Nossa postura deve ser ativa, ou seja, se identificarmos alguma coisa maligna devemos rejeitar imediatamente. Sei que a internet faz parte de nossa cultura. Ela é um grande pilar do mundo moderno e é praticamente impossível não estar conectado, por isso não digo para não acessá-la, mas para o fazer sobriamente.

Quero que entenda que as mídias digitais não são um território onde há somente uma voz maligna propagando suas ideologias, ocupando-nos com coisas irrelevantes. Graças ao Senhor, há também vozes que propagam o evangelho, que iluminam as trevas, denunciam o comportamento passivo e produzem conteúdo que edifica e agrega valor à nossas vidas, como o perfil do Instituto Vida para Todos (IVPT) e como é também nossa missão aqui no Eu vos Escrevi.

Por isso, devemos ponderar sobre como temos usado as plataformas digitais. De que maneira o que estamos absorvendo está influenciando nossa relação com o Senhor? O acesso a essas coisas tem nos ocupado de modo que não temos tempo ou vontade de orar, ter comunhão com os irmãos, ler a Bíblia e conteúdos cristãos, assistir lives e mensagens que edificam? O que tenho compartilhado, retuitado ou dado like?

O uso ativo dessas redes não engloba apenas o que acessamos e consumimos, mas o que compartilhamos. Você já se deu conta que pode pregar o evangelho no seu perfil do Instagram ou Facebook, por exemplo.? Que as mensagens que você compartilha nesses meios podem alcançar pessoas às quais você jamais teria acesso presencialmente? Ou que o que você posta reflete quem você é de verdade? Porque costumamos compartilhar, divulgar, sobre aquilo que o nosso coração está cheio.

A pandemia acelerou o processo de digitalização de muitos nichos da nossa sociedade e não se engane, isso não vai retroceder, ao contrário, vai acentuar-se cada vez mais. Cabe a nós, como cristãos, como filhos de Deus, filtrar o que consumimos e testemunhar o evangelho porque a ordem dada por Jesus é pregar por todo o mundo e à toda a criatura (Mc 16:15).


Fontes:
https://rockcontent.com/br/blog/inteligencia-artificial/
https://gizmodo.uol.com.br/relatorio-facebook-papel-genocidio-myanmar/
https://noticias.r7.com/tecnologia-e-ciencia/documentario-mostra-influencia-do-facebook-na-politica-e-sociedade-05112018
Sugestão de Conteúdo:
Documentário “O Dilema das redes”, disponível na Netflix.

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