Quem de nós nunca se sentiu indigna daquilo que o Senhor tem a oferecer? Quem nunca desanimou ao olhar sua condição? Sim, amada irmã, saiba que você não é a única! Mas creia que esta série, “BASTA TER UM CORAÇÃO”, irá mostrar o quão importante você é e a levará a ser uma mulher empoderada por Cristo. Você será inspirada por algumas mulheres da Bíblia que fizeram a diferença, não pelo que tinham, mas pelo seu coração. Creia: você pode ser tão especial quanto elas foram!

A primeira é Tamar, nora de Judá, filho de Jacó, filho de Isaque, filho de Abraão. Tamar significa “palmeira”. Mas o que isso tem a ver com a sua história?

É interessante citar sua ascendência porque Tamar foi a primeira mulher citada na genealogia de Cristo em Mateus 1:3. Todos os homens citados até aqui eram casados e a história de suas mulheres também eram conhecidas e com princípios espirituais importantes. Mas você já pensou o que Tamar tinha feito de tão marcante que lhe garantiu ser contada na genealogia de Cristo?

A partir de Gênesis 37 é relatada a história de José. Em Gênesis 38, porém, essa história é interrompida para contar a história de Judá e Tamar, retomando a narração de José a partir do capítulo 39.

Naquela época, ter o direito de primogenitura incluía porção dobrada da terra, o sacerdócio e a realeza. Por esse direito, Jacó suplantou seu irmão e seu pai. Em Gênesis 38 diz que Tamar se casou com o filho mais velho de Judá, Er, por isso tinha esse direito. Porém, como Er era mau perante o Senhor, Ele o fez morrer (vs. 6- 7).

Pela lei do levirato, ela tinha direito de seguir sua descendência com Onã, irmão de Er, tendo relações sexuais com o cunhado apenas para gerar um herdeiro para o falecido esposo, sendo que, após a concepção, ela seria novamente viúva e não poderia mais ter relações sexuais. Cabia, portanto, ao segundo filho, desposá-la e gerar um descendente ao irmão morto, resgatando-lhe o direito de primogenitura. Porém Onã não tinha o desejo de dar a descendência a seu irmão e ele jogava seu sêmen na terra. Então o Senhor também permitiu que ele morresse (vs.9-10).

Diante desse cenário, Judá começou a achar que o problema estava em Tamar e não nos seus filhos e lhe prometeu dar seu filho mais novo, quando crescesse, Selá. (v. 11).

O tempo foi passando e ficou claro para Tamar que, se dependesse de Judá, ela estaria condenada a ser uma viúva sem filhos.

Após Rúben ter perdido a primogenitura por desejos carnais (Gênesis 35:22; 49:3-4) como também Simão e Levi perderam a primogenitura por causa da traição cometida (Gênesis 34:25-31; 49:5-7), a benção da descendência recaiu sobre Judá (Gênesis 49:8-12). Porém, nem Judá valorizou tanto como Tamar a sua descendência.

Judá fez uma promessa a Tamar, mas não cumpriu, negando-lhe ser desposada pelo terceiro filho, Selá, quando chegasse à idade adulta. De certa forma, Judá trapaceou e isso levou Tamar a usar de ardileza para garantir um direito que era seu.

Após a morte de Sua, esposa de Judá, e conhecendo os hábitos do sogro, ela colocou em prática uma estratégia ousada: se fez passar por uma prostituta cultual (Gênesis 38:16).

As prostitutas cultuais cobriam seus rostos e eram usadas nos cultos de fertilidade no Oriente Médio e essas práticas eram consideradas normais na época. Nesses cultos acreditava-se que a colheita e os rebanhos eram aumentados pelo intercurso sexual com as prostitutas cultuais.

Judá preferiu se entregar a uma prostituta do que a concretizar o direito de primogenitura na sua vida. Por isso, ele diz que Tamar foi mais justa do que ele (Gênesis 38:26).

Ao deitar-se com Judá, ela exigiu que deixasse como recompensa o selo, cordão e seu cajado (Gênesis 38:18). Após três meses quando souberam que ela estava grávida, ela confiadamente mostrou as provas de quem era o pai dos seus filhos (Gênesis 38:24-25)! Quando Judá foi informado que ela estava grávida, tendo, portanto, se prostituído em sua viuvez, talvez Judá tenha até pensado: vou me livrar de um problema. Mas Tamar trazia consigo um penhor que lhe garantiu não apenas a vida, mas o reconhecimento de que sua busca era justa. 

O que Tamar fez foi moralmente deplorável. Ela é um exemplo imperfeito, assim como muitos outros que encontramos na Bíblia. Mas podemos aprender com sua busca, que era justa. Assim como Tamar, seja firme como “uma palmeira” diante das promessas deixadas pelo Senhor na palavra! 

“Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão.” (Marcos 13:31).

Não abra mão de ter uma vida abençoada por Deus. Não permita Satanás desanimar você diante das circunstâncias da vida. Se você creu na palavra de Deus, que Ele jamais deixaria você (João 14:18a), não desanime, não deixe que as situações contrárias a façam desistir. 

Mesmo que, à semelhança de Tamar, o mundo com as artimanhas dos homens a julguem pelo viver de buscar a Deus, buscar ter um viver elevado diante Dele, não desanime, pois Aquele que está conosco é maior do que aquele que está no mundo (1 João 4).

O coração de Tamar estava, simplesmente, em continuar a descendência de Judá, a Palavra fala que ela nunca mais teve relações sexuais com ele (Gênesis 38:26b). Ela não estava preocupada com as riquezas de Judá. Ela tão somente queria uma descendência.

O que realmente conta é o quanto valorizamos o que Deus nos agraciou como direito, suas preciosas e mui ricas promessas registradas na Sua Palavra, como Tamar. Ela correu inúmeros riscos que poderiam até dar cabo de sua vida, mas seus olhos estavam firmados no direito de ser desposada, ter um filho e que ele seria herdeiro dos bens e promessas dadas a seu pai. E como Deus faz além do que pedimos ou pensamos, ela teve gêmeos, Perez e Zerá (Gênesis 38:27b).

“Mas busquem em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas lhes serão acrescentadas.” (Mateus 6:33).

Permaneça fiel ao Senhor e Ele cuidará de você!

Creia: Jesus proverá tudo que você necessita, basta ter um coração para Ele!


Textos da série:

Basta Ter um Coração (1) – Tamar

Basta Ter um Coração (2) – Raabe

Basta ter um coração (3) – Rute

Basta Ter um Coração (4) – Ester